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JOÃO PEREIRA COUTINHO

O amor que não ousa ladrar seu nome
Como será o olhar apaixonado de um bode?
A disponibilidade sexual de uma cabra?

Confesso: nunca tive paixões por animais. Falo de paixões românticas, arrebatadoras, sejam platônicas ou mesmo carnais. Nunca perdi a cabeça por um porco, nunca me apaixonei por um cavalo, nunca pensei em constituir família com uma vaca ou uma galinha.

Às vezes penso que a culpa é da minha educação: uma educação repressiva, católica, claramente "especista", para quem os seres humanos eram seres humanos, os animais eram animais. E a arca de Noé não era a casa da mãe Joana. Terei perdido alguma coisa?

Provavelmente. Michael Kiok, líder de um dos principais grupos zoófilos da Alemanha, tem alguns pensamentos sobre o assunto. Aos quatro ou cinco anos, conta Kiok à revista "Der Spiegel", ele olhava para os animais domésticos com uma ternura especial. Nada de alarmante: quem, em juízo perfeito, não gosta de afagar um cachorro ou sentir o doce ronronar de um gato?

Acontece que os sentimentos de Kiok pela bicharada começaram a ganhar outros contornos na adolescência. Contornos eróticos que levaram a atos eróticos.

Para Kiok, que se escusa a esclarecer se hoje mantém relacionamentos monogâmicos ou promíscuos com bípedes ou quadrúpedes, os animais não são animais, muito menos "irracionais". São parceiros de pleno direito, que sabem como expressar a sua afetividade. Mais: segundo palavras do próprio, "os animais são mais fáceis de compreender do que as mulheres".

Sobre este último ponto, e com o devido respeito a Kiok, tenho dúvidas. É um fato que até Freud, no leito da morte, terá confessado uma certa frustração por partir deste mundo sem nunca ter entendido a cabeça feminina.

Mas o mundo evoluiu muito depois de Freud. E existe literatura abundante sobre os sinais românticos que as mulheres gostam de emitir para conquistar um homem. A forma como falam. Como sorriem. Como mexem no cabelo. Como tocam casualmente no braço do potencial parceiro.

Como será o olhar apaixonado de um bode? A disponibilidade sexual de uma cabra? O momento sacramental em que um hamster se rende às evidências, desiste de pedalar a sua roda e está pronto para ser beijado?

Temo bem que todas essas perguntas ficarão agora sem resposta. Isso porque a Alemanha tenciona ilegalizar o bestialismo com multas que podem atingir os 25 mil euros (mais de R$ 65 mil).

A Alemanha está cansada de pertencer ao mesmo clube que a Dinamarca, a Suécia e, claro, a Bélgica, onde o bestialismo é legal (no duplo sentido da palavra). Agora, através da câmara baixa do Parlamento, Berlim quer punir "comportamentos impróprios" com a espécie animal.

Não sei que dizer. Por um lado, entendo a necessidade de proteger os animais indefesos do país, que continuam à mercê dos cerca de 100 mil predadores sexuais que se aproveitam da fraqueza emocional de um pato ou de um esquilo para fazerem o que não têm coragem de fazer com um ouriço.

Mas que fazer nos casos de paixão correspondida? Devemos nós, humanos arrogantes, legislar afetos que não entendemos?

Por outro lado, prevejo dificuldades na aplicação da lei. A primeira, evidente, é saber como detectar casos de assédio e, sobretudo, agressões consumadas. Partindo do pressuposto de que o testemunho de um animal não tem grande peso na justiça, como detectar o olhar amedrontado de uma ovelha, obrigada a fugir continuamente das investidas do seu pastor? E como agir a tempo e horas quando, em prados ou chiqueiros, canis ou capoeiras, se estiver na iminência de um crime?

Sem falar do óbvio: se o Parlamento alemão deseja punir as "relações impróprias", o que será uma relação apropriada? Onde traçar a linha? Será possível beijar um cachorro? Em caso afirmativo, com língua ou sem língua? E, já agora, língua dele ou língua nossa?

Dúvidas, dúvidas, dúvidas. E, suspeito, o início de uma vida clandestina para amantes como Michael Kiok, condenados a viver as suas histórias nos calabouços da clandestinidade.

Só espero que Michael, e milhares como ele, não desistam dos seus sonhos e sigam em frente. A grande literatura romântica sempre se fez de amores proibidos. Tenho a certeza que a perseguição de hoje será um novo capítulo na história literária de amanhã.

jpcoutinho@folha.com.br


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Leandro Colling
Professor do IHAC e do Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade da UFBA - www.poscultura.ufba.br
Presidente da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH) - http://www.abeh.org.br/
Centro Estudos Multidisciplinares em Cultura - CULT - http://www.cult.ufba.br/
Grupo de Pesquisa Cultura e Sexualidade (CuS) - www.cult.ufba.br/cus
Lattes:  http://lattes.cnpq.br/9841032316581104




(cusvirtual) Ajuda com trajeto do menino Seffner


Quem pode me ajudar com o trajeto do menino Seffner, sendo:

  • Chegada no aeroporto prevista para : Data/hora local de chegada: 09/12/2012 15:40:00
  • Atividade em LETRAS: 10/12   das 13h30min às 17h30min, no PAF I do Campus de Ondina da Universidade Federal
da Bahia. (É preciso pegar no hotel)
  • Retorno ao Hotel após a defesa
  • Embarque:  Data/hora local do embarque: 11/12/2012 10:25:00

Desde já obrigado.



> Data/hora local do embarque: 11/12/2012 10:25:00
> Data/hora local de chegada: 11/12/2012 16:31:00
> Valor da tarifa em (R$ ou US$): 586,39
> Valor da taxa de embarque em (R$ ou US$): 21,57
>
> Atenciosamente,

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Gilmaro Nogueira
Psicólogo Clínico
Mestrando em Cultura e Sociedade - UFBA
Pesquisador do CUS (Grupo de Pesquisa  Cultura e Sexualidade) - CULT-UFBA
Pós-Graduado em Estudos Culturais -UNIJORGE
Pós-Graduando em Atenção aos consumidores de Álcool e outras Drogas - UFBA
Apresentações Prezi:  http://prezi.com/user/cqhmjjyso_w2/ 

(cusvirtual) Fwd: Comitê Técnico de Cultura LBGT Chamada Pública MINC

Pessoas, eu fui indicado pelo Conselho Nacional LGBT para integrar esse comitê. Mas ainda é possível a integração de outras pessoas da academia. Vejam a chamada abaixo

abrs, leandro

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Keila Simpson <atrasba@yahoo.com.br>
Data: 1 de dezembro de 2012 18:14
Assunto: Comitê Técnico de Cultura LBGT Chamada Pública MINC
Para: Leandro Colling <leandro.colling@gmail.com>
Cc: Deborah Sabarah <deborahsabara@hotmail.com>


Amados,

Atenção para a chamada... 

É preciso renovar e enviar o curriculum.

Keila

----- Mensagem encaminhada -----
De: Victor De WOlf <vdwrm@hotmail.com>
Para: "abgltafiliadas@yahoogrupos.com.br" <abgltafiliadas@yahoogrupos.com.br>
Enviadas: Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012 18:34
Assunto: [abgltafiliadas] Chamada Pública MINC

 
 
 

via Ministério da Cultura - MinC » Notícias do MinC by Comunicação Social/MinC on 11/30/12

O Diário Oficial da União publicou hoje, 30, chamada pública do Ministério da Cultura que, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC/MinC), vai selecionar pessoas da sociedade civil e do meio acadêmico para comporem o Comitê Técnico de Cultura LGBT. Assim, o MinC convida artistas, acadêmicos, representantes do movimento social e de entidades afins, com atuação na área cultural LGBT, a se inscreverem no processo seletivo.
Com o objetivo principal de apresentar subsídios técnicos e políticos para apoiar a implementação de políticas culturais voltadas para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, o Comitê foi criado pela ministra da Cultura Marta Suplicy, no dia 12 de novembro (Veja a matéria). O processo seletivo lançado hoje selecionará cinco representantes da sociedade civil e dois do meio acadêmico.
Os interessados em participar do processo deverão ter, no mínimo, cinco anos de atuação na área cultural e participação de projetos de combate à homofobia. O pré-requisito para os acadêmicos que quiserem se candidatar é fazer parte de grupos de pesquisas sobre homocultura.
Além da sociedade civil e do meio acadêmico, o Comitê será composto também por representantes do MinC e de secretarias do Governo Federal, todos sob coordenação da SCDC/MinC.
As inscrições serão realizadas exclusivamente via internet e os currículos deverão ser encaminhados, no período de 30 de novembro de 2012 a 14 de janeiro de 2013, para o endereço eletrônico comitelgbt@cultura.gov.br. Dúvidas e mais informações: (61) 2024-2960.
Leia a chamada pública no site da Imprensa Nacional.
(Texto: Cora Dias, Ascom/MinC)
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Atividade nos últimos dias:
A missão da ABGLT é Promover ações que garantam a cidadania e os direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma sociedade democrática, na qual nenhuma pessoa seja submetida a quaisquer formas de discriminação, coerção e violência, em razão de suas orientações sexuais e identidades de gênero.
www.abglt.org.br
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Leandro Colling
Professor do IHAC e do Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade da UFBA - www.poscultura.ufba.br
Presidente da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH) - http://www.abeh.org.br/
Centro Estudos Multidisciplinares em Cultura - CULT - http://www.cult.ufba.br/
Grupo de Pesquisa Cultura e Sexualidade (CuS) - www.cult.ufba.br/cus
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