(cusvirtual) Fwd: NOTA DE REPÚDIO À AÇÃO HOMOFÓBICA E MACHISTA NA UFC, CAMPUS CARIRI
De: Alexandre Nunes <xandyjacs@hotmail.com>
Data: 4 de junho de 2012 22:12
Assunto: NOTA DE REPÚDIO À AÇÃO HOMOFÓBICA E MACHISTA NA UFC, CAMPUS CARIRI
Para: Lista_ABEH <listaabehbrasil@googlegroups.com>
NOTA DE REPÚDIO
O COLEGIADO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, CAMPUS CARIRI, E O GRUPO DE ESTUDOS DE GÊNERO E MÍDIA – GEMI vêm a público manifestar seu repúdio à ação homofóbica, machista e desqualificadora da arte ocorrida dia 31 de maio de 2012 no Campus Juazeiro da Universidade Federal do Ceará.
Inicialmente a disciplina de "Cultura e Mídia", do curso de Biblioteconomia, em parceria com o Laboratório de Troca de Afetos – LATA promoveu diversas intervenções artísticas no campus durante a citada data. Dentre elas consta a exposição de imagens de obras de arte reinterpretadas por atores transformistas. O translendário, lançado este ano.
No mesmo dia, foram fixados junto às reproduções das obras de arte cartazes fotos explícitas de nu feminino acompanhadas das seguintes frases: "Comunidade heterossexual do Cariri contra a heterofobia, a favor da liberdade de expressão" e "Obra de arte para a comunidade é isso aí a baixo". O "isso aí abaixo" faz referência ao corpo feminino nu.
Tendo como pressuposto, a "Declaração Universal dos Direitos Humanos" no qual prever direito de liberdade e de dignidade para todas as pessoas e a "declaração de Durban", adotada em setembro de 2001, que reafirma o princípio da igualdade e da não discriminação, avaliamos que a construção histórica da heterossexualidade a coloca em uma relação desigual de poder frente às outras orientações sexuais. E consideramos ultrajante o fato da simples visibilidade das minorias sexuais ser igualada a uma suposta fobia contra a heterossexualidade.
É ofensiva a utilização do corpo feminino nu como objeto e mercadoria para reafirmar a heterossexualidade. Essa ação reatualiza nos corredores da nossa universidade o machismo, o patriarcado e a misoginia.
Agravante, e não menos importante, é a postura de desqualificar o objeto artístico Translendário. O calendário resulta de anos de pesquisa científica e artística promovida pelo ator Silvero Pereira, militante conntra a homofobia e amplamente reconhecido pela academia e setores da arte cearense.
Diante do exposto, cobramos das autoridades responsáveis a abertura de sindicância para a apuração dos fatos e de processo administrativo contra os idealizadores de tal ato. Bem como um posicionamento da direção do Campus sobre o ocorrido. Aproveitamos nossa indignação para divulgar que realizaremos, em breve, no Campus um debate amplo com diversas manifestações artísticas, mobilizando a Sociedade Civil e a comunidade Acadêmica.
Por uma Universidade sem machismo nem homo-lesbo-transfobia.
Assinam também esta nota:
Colegiado de Filosofia da UFC, campus Cariri
Gestão DCE - UFC DCE de Verdade
Coletivo Barricadas
Centro Acadêmico Xico Sá – Jornalismo UFC Cariri
NEM – Núcleo de Estudos da Mulher – Faculdade Leão Sampaio
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