Sexualidade

GT 7

POTÊNCIAS DO CORPO NAS POLÍTICAS DAS IMAGENS

A circulação de discursos e imagens de corpos (re)produtores das normativas de gênero e sexualidade colaboram na discriminação de práticas culturais que se diferenciam na distribuição, organização e classificação dos corpos e de suas funções. É de ordem representativa e estética o debate sobre como se criam as dinâmicas de representação, visualidade e afeto que ancoram nossos processos identitários e nossas consequentes práticas de segregação.  

A importância da convivência aparece como pauta em algumas das lutas políticas por reconhecimento cultural e políticas públicas para a cidadania, pelas quais pretende-se construir estruturas de inclusão social. Paradoxalmente, são cada vez mais evidentes os limites e apenas propõem normativas para promoção da autonomia e alteridade na construção do corpo. Dito isto, consideramos que parte importante das políticas de inclusão deve ser pensada sob a luz das pesquisas que investigam a circulação da imagem do corpo não normativo em suas performances de gênero ou/e práticas sexuais, e ainda seus atravessamentos de classe, raça, regionalidade, dentre outros. 

O diálogo multidisciplinar deve fomentar a reflexão sobre como tais imagens reorganizam as dinâmicas de interpelação do espectador em seus modos de ver, ouvir e tocar o corpo que se apresenta e, através de imagens, evidencia as singularidades de suas produções subjetivas, onde operam marcadores etno-raciais, de classe, gênero e sexualidade. Através de suas aparições artísticas e midiáticas, tais corpos convocam seus interlocutores a ocupar os espaços sensíveis que partilham individualmente ou/e em comunidades.  

Parece frutífero, portanto, promover um diálogo entre abordagens que privilegiem o campo da comunicação em caráter mais amplo, pensando corpo desde representação, que incide diretamente na produção de identidade, até abordagens próprias do campo da estética, que se concentram na reflexão sobre a produção de subjetividade.